terça-feira, 27 de abril de 2010

POLÍTICA DE INGLÊS - DICAS

Fonte: http://revistavocerh.abril.com.br/noticia/conteudo_518079.shtml

Você fala em inglês?


Empresas investem em programas de treinamento para capacitar profissionais em outras línguas. Confira as dicas da especialista Lígia Crispino para não errar na hora de implantar uma política de idiomas

Por Toni Mello

O mundo globalizado traz a necessidade de comunicação entre pessoas que falam idiomas distintos. Nos negócios essa é uma tendência cada vez mais presente dentro das organizações. Para qualificar profissionais no ensino de línguas, muitas empresas adotam políticas de treinamento em idiomas, com subvenção ou pagamento integral desse benefício.

Segundo Lígia Velozo Crispino, sócia-diretora da Companhia de Idiomas, quando uma empresa decide iniciar um programa assim, ela precisa ter claro alguns pontos básicos: quanto vai investir; Quais os profissionais que irão participar; Qual o modelo das aulas, se serão na própria empresa (in-company) ou fora dela, em escolas; Quem será o fornecedor; Quais são as necessidades da empresa para determinar a didática das aulas.

“Um erro comum que as empresas cometem é não fazer a triagem detalhada dos elegíveis. Muitas vezes, na ansiedade de colocar a política de idiomas em prática, a empresa não faz um estudo adequado do público atendido”, observa Lígia. Outro ponto importante, segundo a especialista, é a escolha do fornecedor. “Por conta do custo, algumas empresas selecionam fornecedores que não vão conseguir entregar aquilo que é esperado”.

Engana-se quem pensa que todos os funcionários são receptivos. “Muitos adoram, já outras pessoas, por não gostarem do idioma ou por traumas, têm uma postura fechada”. Para Lígia, quando esses profissionais são levados a fazerem o curso eles acabam desistindo no decorrer das aulas.

A língua universal dos negócios

De acordo com a experiência da especialista, o inglês é o idioma mais procurado, com 70% da preferência. “Fizemos uma pesquisa e vimos que são poucas as pessoas que podemos considerar como fluentes na língua inglesa, daí o grande interesse pelo idioma”. Em segundo vem o espanhol, exigido principalmente por multinacionais que atuam em países latino-americanos. “Outro idioma que vem sendo procurado e que teve um crescimento neste ano é o português para profissionais expatriados para o Brasil”.

Para ajudar na implantação de um programa de idiomas, confira dicas e o passo a passo sugerido pela especialista Lígia Crispino:

Público: o primeiro passo é estabelecer quem terá acesso ao programa, se ele será oferecido para todos os funcionários ou àqueles profissionais que precisam adquirir essa competência.

Idioma: definido o público, é preciso escolher qual idioma é estratégico para os negócios. A empresa poderá oferecer subsídio para apenas um ou para mais idiomas.

Simultaneidade: é preciso estabelecer regras para a possibilidade de o profissional participar, simultaneamente, de mais de um treinamento com idiomas diferentes.

Fornecedor: a empresa pode escolher entre trabalhar com um único fornecedor ou optar por redes de escolas parceiras. Algumas empresas contratam uma consultoria em idiomas para uniformizar a grade de estágios e as ferramentas de medição de resultados.

Aulas: cabe ao profissional de RH definir se as aulas serão realizadas na empresa (in-company) ou fora dela, em escolas.

Subsídio: a definição do subsídio está relacionada diretamente com a previsão orçamentária da empresa. A maioria das companhias oferece subsídio parcial para que o aluno demonstre mais comprometimento com o treinamento. Outras assumem 100% dos gastos quando o treinamento é direcionado para diretores, presidentes, expatriados e profissionais que farão treinamento rápido no exterior e serão os multiplicadores do que vierem a aprender. A subvenção mais comum é de 70% do valor do curso.

Regras para manutenção do benefício: uma das maneiras de manter o profissional comprometido é condicionar o pagamento a indicadores como frequência e desempenho. Algumas empresas definem padrões nos quais os percentuais de subsídio variam de acordo com as notas e a frequência.

Avaliações periódicas: além de acompanhar o desempenho mensal do funcionário, recomenda-se prever avaliações periódicas. O ideal é fazer duas avaliações escritas e orais por estágio.

Pagamentos: definido o percentual do subsídio e as regras para manutenção do benefício, é preciso estabelecer os procedimentos para pagamentos. A empresa pode optar por pagar integralmente o valor devido à empresa fornecedora, descontando em folha a parcela do funcionário. Há ainda a possibilidade de o funcionário realizar o pagamento integral e solicitar o reembolso à empresa. O fornecedor também pode cobrar a parte da empresa e dos alunos em separado.

Suspensão do treinamento: a política de idiomas deve prever soluções para situações adversas, como férias e licenças maternidade ou por motivos de saúde, com prazos mínimos e máximos estabelecidos.

Demissão do funcionário: para evitar problemas, a empresa deve deixar claro, desde o início do programa, que a demissão representará o fim do subsídio.

Desistência: quando a empresa opta por aulas in-company, as escolas, em geral, cobram por hora-aula por meio de um rateio entre os participantes de cada grupo. Como as desistências são um fato, os valores vão ficando mais elevados para os alunos que se mantêm no grupo. A empresa precisa prever se haverá alguma cláusula sobre desistência no decorrer dos estágios. Há empresas que fazem seus funcionários participarem do rateio até o término do estágio no qual ele estava estudando. Ele só sai do rateio oficial quando o grupo inicia um novo estágio, sendo esse um momento para encaixes nos grupos já existentes.

Período de subvenção: há empresas que determinam a subvenção apenas até o nível intermediário ou por um determinado número de horas de treinamento. Mas vale ressaltar que mesmo após adquirir um nível avançado do idioma estrangeiro é preciso mantê-lo.

Nenhum comentário: