quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Confiança


C.R.E.P.T. – C de Confiança

Confiança é tema de livros, estudos, artigos, discussões e interpretações variadas, mas representa o primeiro pilar para o sucesso das relações interpessoais. É um sentimento que faz a pessoa crescer como Ser Humano, seja na vivência pessoal, seja na vivência profissional.
Confiar significa acreditar. Acreditar que nossas expectativas serão alcançadas; é o crer para ver; é o depender do outro.
Infelizmente vivemos em um mundo globalizado, instável, mutável e volátil, e onde abordar o tema CONFIANÇA pode até ser um paradoxo. Praticar a confiança é arriscar-se a caminhar na direção contrária.
Leila Navarro e José Maria Gasalla, dois estudiosos do tema, afirmam que , hoje, somos uma sociedade:
  • imediatista – queremos tudo agora, neste momento;
  • de hiper-informação – a quantidade de informação é muito maior daquela que conseguimos apreender;
  • de virtualidade – a cada dia que passa a realidade é mais virtual;
  • de competitividade – concorrência cada vez mais acirrada;
  • redutora (átomos, bits, dólares) – o mundo está cada vez mais reduzido ao materialismo, à tecnologia e à riqueza.
“Ao mesmo tempo em que o mundo exige alta velocidade de respostas, precisamos ser capazes de parar para pensar; ao mesmo tempo em que desconfiança é a regra geral, temos que confiar e inspirar confiança para nos diferenciar”, afirma o autor supracitado.
Entretanto, confiança é algo muito mais amplo do que uma simples definição encontrada em qualquer dicionário. A prática da confiança inclui uma série de variáveis, as quais são assim apresentados pelo Dr. Gasalla:
  • clareza – a verdade. Se não houver desde o início, será difícil um relacionamento seguro e confiável;
  • competência – funciona como o poder da auto-estima. São habilidades, talentos e características que permitem a pessoa ter influência em determinado campo de ação;
  • cumprimento – o que foi prometido tem que ser cumprido;
  • consistência – as pessoas mudam todos os dias, mas oscilar drasticamente de um dia para o outro só atrapalha;
  • cumplicidade – compreensão de que todos estão juntos para alcançar o sucesso. Todos ganham ou todos perdem.
  • confidencialidade – troca de informações concretas. É não deixar que se criem rumores em torno de uma idéia;
  • correspondência – mostra que o trabalho está sendo bem sucedido;
  • comprometimento – auto-responsabilidade. Seriedade e empenho para atingir resultados além de interesse e preocupação pelos outros;
  • consciência – compreender e ter paciência;
  • coerência – fazer aquilo que se prega, o que considera bom para si e para os outros. É o fator mais crítico da confiança, visto que a prática mostra o quanto é difícil as pessoas serem coerentes.
Por outro lado, a falta de confiança leva ao controle do relacionamento. E quanto maior a falta de confiança, maior o controle. Aquele que controla pode desenvolver em si mesmo a sensação do poder, e aí…, tirania, ofensas, julgamentos parciais, discriminação, toxicidade no ambiente de trabalho, voltando, novamente, ao início do ciclo.
Pedro Mandelli e Antonio Loriggio, autores de Muito além da hierarquia (Ed. Gente), são de opinião que a confiança está apoiada em três pilares:
  • Resultados - Se a nossa expectativa não for realizada (resultados insuficientes), a confiança fica abalada.
  • Preocupação – Quando demonstramos nossa preocupação com o outro e com seu desempenho, demonstro confiança na relação.
  • Integridade – Esta palavra se relaciona diretamente com ética, honestidade, consistência e responsabilidade. A falta da prática de qualquer destes princípios leva à perda da relação de confiança entre as partes.
Para estes autores, pessoas que demonstram altos índices de confiança são aquelas que:
  • pedem ajuda;
  • aceitam sugestões externas às suas áreas;
  • admitem fraquezas e erros;
  • fornecem o benefício da dúvida antes de chegar a conclusões negativas;
  • cumprem as expectativas dos outros e, quando isto não acontece, o ocorrido é discutido nas suas causas;
  • apreciam as experiências e competências que são compartilhadas;
  • preocupam-se com os outros e tomam riscos por eles, oferecendo ajuda e feedback;
  • conhecem a vida pessoal umas das outras e não se importam em falar e discutir sobre isso.
Finalmente, deixo para sua reflexão, alguns fatos sobre confiança descritos por Carlos Alberto de Faria:
  • a confiança pessoal é uma função tanto do caráter como da competência das pessoas;
  • a confiança só pode ser pacientemente construída, mas também pode ser rapidamente destruída;
  • a confiança perdida, eventualmente, pode ser recuperada, mas com muito, muito esforço;
  • a confiança, que tem a ver com previsibilidade, facilita o crescimento dos relacionamentos;
  • a confiança em uma pessoa ou em uma organização facilita o estabelecimento de confiança com outros, através de depoimentos;
  • a confiança não é cega, pois cresce com o tempo do relacionamento;
  • a confiança é uma via de duas mãos: requer limites e aprendizado contínuo das partes envolvidas;
  • a confiança, por ser uma via de duas mãos, envolve também obrigações e comprometimentos;
  • a confiança só se estabelece quando há um relacionamento de troca;
  • a confiança é intangível, mas seus efeitos podem ser medidos.
E é neste mundo, onde tudo sofre mudanças rápidas, constantes, que algumas coisas continuarão a ser especiais. E confiança é uma delas.
Artigo Extraído de: ogerente.com.br

Nenhum comentário: