domingo, 14 de novembro de 2010

O que o trabalho voluntário pode fazer por uma carreira


por Renato Grinberg* 
Cada vez mais comum nas entrevistas de emprego e estágio, o questionamento sobre a realização de trabalhos temporários ou mesmo voluntários são muito importantes para descrever o perfil de um candidato. Isso pode passar despercebido pela cabeça de quem está concorrendo à vaga, mas é bom lembrar que um recrutador sempre faz as perguntas certas para conhecer cada um dos concorrentes. Neste caso, se a resposta for sim, pode deixá-lo ainda mais próximo da vaga. 

Isso porque a impressão passada é de que o profissional investe parte do seu tempo em outras pessoas e possui qualidades como facilidade de relacionamento interpessoal e capacidade de ouvir. Mas o principal aspecto positivo dessa ação é que o candidato não é acomodado. Ele realiza ações importantes - mesmo não ganhando para isso – e deixa claro que seu objetivo não é apenas o salário, mas também o projeto que realiza. 

No ambiente corporativo, tais características podem significar que determinado profissional é comprometido com o trabalho e veste a camisa da empresa, além de ter maior entrosamento com a equipe. O serviço social, então, mais do que se referir à vida pessoal, pode influenciar também na vida profissional. Afinal, as características comportamentais têm quase o mesmo ou até mais peso que as habilidades técnicas na hora de se escolher um candidato. 

Outra intenção por trás do recrutador quando ele pergunta do trabalho voluntario é saber se a pessoa consegue lidar com realidades diferentes da sua, como reage e o que consegue aprender. Já no que se refere à tão requisitada pró-atividade, aquele que faz algum tipo de serviço social sai mais uma vez na frente. Isso porque ele é capaz de verificar que há um problema em sua comunidade e vai atrás da solução, coloca em prática suas ideias e aguça a sua criatividade. 

Para as empresas, é ótimo ter colaboradores com esse perfil, pois eles são capazes de fazer a diferença em situações em que a maioria não reage. Já os candidatos, precisam estar atentos ao fato de que o voluntariado exige tempo de dedicação, frequência e disponibilidade. 

Mas atenção! Não dá para começar esse tipo de atividade apenas com o intuito de dar um up no currículo sem levar em conta a seriedade do serviço social. O voluntário é, antes de mais nada, um doador nato, que faz sem esperar receber em troca. Esse espírito deve guiar aqueles que buscam ajudar o próximo e, desta forma, as vantagens para a carreira serão apenas consequência. 

*Renato Grinberg é diretor Geral do portal de empregos Trabalhando.com.br e especialista em carreiras e mercado de trabalho

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