sábado, 2 de abril de 2011

Clareza e objetividade no currículo chamam atenção


Para especialistas, a aparência não conta muito na hora da contratação; o importante é atender à demanda que a empresa busca

Patrícia Lucena, iG São Paulo | 29/03/2011 05:56

O currículo é o documento que sintetiza as características pessoais, formação, experiência, trabalhos realizados e os objetivos de carreira de um profissional. Tradicionalmente, compreende apenas texto, em formato à escolha de cada um. Mas, com o avanço dos recursos gráficos dos computadores, o documento está se tornando uma forma de diferenciação entre os candidatos. Alguns novos modelos usam gráficos, desenhos e cores e um design mais arrojado.
Foto: DivulgaçãoAmpliar
Segundo Joyce Ajuz, o mais importante é o objetivo do profissional e a organização do currículo
Na hora de montar um currículo, o profissional deve analisar a empresa para qual está enviando. “Não adianta fazer uma apresentação padrão. Depende muito dos requisitos que a companhia está exigindo”, afirma Joyce Ajuz, coordenadora do Centro de Desenvolvimento de Pessoas da Escola Superior de Propaganda e Marketing do Rio de Janeiro (ESPM-RJ).
Para Joyce, é imprescindível que o primeiro dado a ser apresentado seja o objetivo do profissional. Em seguida, devem ser colocadas as qualificações. “É nesse campo que a pessoa mostrará seu diferencial, não importa muito o modo como está sendo apresentado. Mas, de certa forma, deve ser algo organizado e sem erros de português, pois é nessa hora que o recrutador fará a sua imagem.”
Tânia Bueno, gerente de recursos humanos na Laselva, afirma que o currículo deve ganhar a atenção de quem está recrutando pela sua objetividade e clareza das informações. “Quanto mais claro e de fácil leitura, mais chance de a empresa chamar para uma entrevista, se, claro, as suas experiências atenderem à demanda da companhia.” Segundo ela, não adianta inventar formatos para que seu currículo se destaque entre os outros. “As empresas recebem milhões de currículos, se for muito confuso pela aparência, elas não vão dar atenção.”
Dandara Maia, de 20 anos, estudante de design de moda no Rio de Janeiro, acredita que cada profissional deve estar atento ao que sua área dá mais valor. “Para Design, chego a pensar que a irreverência e criatividade podem contar mais do que uma grande experiência. Por isso, fiz um blog, Tricolina, que fica apontado logo no início da página do meu currículo. Desta forma, fica mais fácil mostrar meu trabalho e o empregador pode acessá-lo sempre que quiser.”
Formatação
Há vários formatos nos quais os currículos podem ser feitos. Desde os mais comuns, no Microsoft Word, como aqueles com imagens, montados no Microsoft PowerPoint, ou salvos em PDF e XPS. Há também profissionais que preferem as apresentações online, como blogs ou links, ou em vídeo. “O fundamental é que o candidato escolha o que mais se identifica”, analisa Jamile Ferraresso, psicóloga e analista de carreiras da Veris Faculdades.
Foto: Divulgação
Currículo de Dandara Maia: percebi que precisava ousar para me diferenciar dos outros
Dandara optou por um modelo ainda um pouco conservador, mas com símbolos que remetem às suas habilidades e desejos no campo da moda. “Acho que, desta forma, o empregador se depara com um currículo inédito, tem uma reação de espanto, mas seguida de curiosidade. A chance de conseguir uma entrevista fica maior.”
A estudante conta que percebeu que, para se diferenciar dos outros, precisava ousar e mostrar o que poderia fazer com sua criatividade. “A questão era: como ousar sem parecer pouco profissional? Afinal, esse tipo de currículo fora dos padrões ainda é muito novo e podemos correr o risco de parecerem confusos ou infantis.”
Segundo Joyce, a questão dos formatos diferentes depende muito da área de atuação do profissional e da empresa para a qual o currículo está sendo enviado. “Existem algumas carreiras que exigem modelos mais inovadores, como publicidade e design. Mas o fundamental é que o currículo passe o máximo de competências da pessoa.”
Os templates, muito usados pelos profissionais, podem facilitar a formatação. Mas, segundo Joyce, devem ser mais como um guia na hora de montar o currículo. “Algumas empresas criaram seus próprios templates. Nesse caso, a pessoa deve seguir o formato exigido.”
Jamile destaca que o uso dos templates depende muito do gosto de cada candidato. “Desde que sigam as ordens do que colocar – dados pessoais, objetivos, qualificações, formação, experiência, idiomas e cursos -, o currículo fica mais organizado.”
Na avaliação de Tânia, não importa a aparência do currículo, mas sim se as experiências do profissional se encaixam no que ela procura. “Por isso, quanto mais limpo e claro o documento for, mais atenção ele vai chamar. Quando é algo muito desenhado, dificulta a leitura para quem está recrutando.”

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